Coisas de menino

Já fiquei horas analisando

as águas barulhentas de um rio,

conversei com alfaces,

couves e pés de beterrabas.

Já dialoguei com passarinhos:

queria só entender porque voam!

Já chorei de saudade dos

nômades de sentimentos.

Das coisas de menino, relembro,

e, por certo, não me falta o setembro!

Já briguei com uma lata,

queria eu que ela fosse medalha.

Interessante. Medalha de lata?

As coisas de menino não passam,

pois, nas coisas de menino, o amor.

A vida que não se explica

faz do menino, menino.

Contudo, se me eu menino não fosse,

deveras, amor não seria!

As coisas de menino

desencontram-se no mundo

de gente graúda!

Meus olhos agora dormem,

nas mãos, "sequelas do tempo".

Nas coisas de menino

que o menino voa!

Por ser tão menino

mal conseguia entender

o reflexo nas águas,

mas sentiu-se como menino

as coisas que bem quis!

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 09/06/2016
Código do texto: T5662036
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