No silêncio de nós

Melhor olhar o tempo aqui na varanda

Para você desligar minha deselegância

A minha insistência em te versejar.

Não falo de nós, apenas te olho nos olhos

E colho um sorriso, o mais bonito

O mais bendito sorriso, que tanto me diz.

Então falo da lua

Das crianças na rua

Da Serra do mar.

Falo das araucárias

Dos incas, dos Maias

Da aura estelar.

Desse vento arredio

De um largo vagar

Do sul do Brasil.

De repente, é ruído

O que falo e não digo

O que tenho de medo.

O beijo é tão perto

O amor é tão certo

Que eu nem acredito.

Fica o silêncio pelo dito

Nossos braços abertos

Como um novo lar.