Apenas o afago das próprias mãos

Agora seus olhos já não têm

o viço da mocidade, não se importam

em sorrir apenas estão alheios

esperando alcançar a esperança.

Brincando na dança fosca da solidão

pensam em falar de saudade, da dor que pulsa

no peito, do atrito da água do mar que

destrói a areia deixando formas desconexas.

De vazios em vazios estás rotos de descaso.

Como falar de flores, pássaros e crianças?

Se o rosto sulcado pelo tempo,

encontra apenas o afago das próprias mãos.

Há muito desfalecidas, não entendem

o por que da bondade ser um sinal de fraqueza,

Se o tempo ensina a querer pouco

e se responsabilizar por muito.

É o mesmo que dar um minuto

para o adeus, e uma vida inteira

para ir se desapegando

até a hora da partida.

J Carlos
Enviado por J Carlos em 06/10/2016
Reeditado em 24/10/2016
Código do texto: T5783498
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