PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE VOCÊ

Olha só, que feio!

apropriou-se

das

terras

de

João Ninguém.

Atrevida!

Como ousa

penetrar

neste solo?

Não sabes

que não és

bem

vinda?

Atrevida!

Não achas errado

florescer sem flores?

Olha só esses galhos...

Te veste, mulher!

Até quando

continuarás

a expulsar

essas

crias?

Nem ao menos

Gonzaga

lembrou-se

de ti

Tola!

És apenas mais

uma

na vida

Por acaso pensas

que

és

especial?!

O quê?

Brotar em solo

infértil?

bobagem

Abrigo?

Só se

for para

aquelas pragas!

Onde já se viu

Sapo e veado ser chamado de gente

Sei não viu...

Vai-te embora

esconder-se

da vida, mulher!

E trata logo de engolir esse choro

que já tem

sofrimento

de mais

por

aqui

Por acaso acha

que foste

regada

com água?

Nem o tempo tratou

de

ser gentil

contigo

Olhaí

arrancou-lhe

as vestes

e

te

expôs

ao

ridículo

Como é possível

resistir

assim?

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE VOCÊ

(II)

Impossível

resistir

assim.

Regada a sangue, suor e

lágrima.

Somos o que somos, temos o que somos.

Clara Lopes
Enviado por Clara Lopes em 12/01/2017
Código do texto: T5879874
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