PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE VOCÊ
Olha só, que feio!
apropriou-se
das
terras
de
João Ninguém.
Atrevida!
Como ousa
penetrar
neste solo?
Não sabes
que não és
bem
vinda?
Atrevida!
Não achas errado
florescer sem flores?
Olha só esses galhos...
Te veste, mulher!
Até quando
continuarás
a expulsar
essas
crias?
Nem ao menos
Gonzaga
lembrou-se
de ti
Tola!
És apenas mais
uma
na vida
Por acaso pensas
que
és
especial?!
O quê?
Brotar em solo
infértil?
bobagem
Abrigo?
Só se
for para
aquelas pragas!
Onde já se viu
Sapo e veado ser chamado de gente
Sei não viu...
Vai-te embora
esconder-se
da vida, mulher!
E trata logo de engolir esse choro
que já tem
sofrimento
de mais
por
aqui
Por acaso acha
que foste
regada
com água?
Nem o tempo tratou
de
ser gentil
contigo
Olhaí
arrancou-lhe
as vestes
e
te
expôs
ao
ridículo
Como é possível
resistir
assim?
PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE VOCÊ
(II)
Impossível
resistir
assim.
Regada a sangue, suor e
lágrima.
Somos o que somos, temos o que somos.