O PRIMEIRO DIA

Seu primeiro dia...

Era dia diferente...

Era para ser quente...

Queria ser gente.

Colocou uma blusa

Olhou um pouco confusa...

Sentiu que era uma intrusa.

Ligou a televisão...

Fez uma oração...

Sentiu uma emoção.

Pensou no passado...

Caiu uma lágrima de lado...

Sentiu o coração trespassado.

Parou por um instante...

Queria ser constante...

Estava exuberante.

Foi ao campo da vida...

Buscou um tempo de lida...

Sentiu que era atrevida.

Não se importou com o fato...

Sabia que era artefato...

Num mundo de puro teatro.

Retirou o agasalho...

Cortou o galho...

Que era seu ponto falho.

Pegou a sua coragem,

Embrulhou numa miragem,

Partiu para uma nova estalagem.

Não temeu o perigo...

Buscou um ombro abrigo...

Aquele que é sempre amigo.

Agarrou—se ao seu amparo...

Contou com seu exemplo raro

Manteve seu dia claro.

Foi aos confins da alma...

Procurou em sua palma...

Encontrou a calma.

Saiu dali contente...

Encontrou—se como gente...

Partiu para a vida, em frente.

Assim foi o primeiro dia...

Espero que não entedia...

A quem aqui lia.

Para não se irritar...

Pensa no seu pensar...

E faça um novo versar...

Pode escrever o amanhã...

Tão simples como uma maçã...

E macio como a lã.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 07/02/2017
Reeditado em 21/03/2017
Código do texto: T5905686
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.