O ÚLTIMO ABRAÇO

Ela respirava com toda força que tinha

E olhava como quem me via distante

Ela falava como quem aprendia

E o que dizia já não era o bastante

Ela chorava como se não houvesse vivido

E amou tanto, como se fosse divina

Sentiu como se todas as dores fossem tuas

Mas, cantarolou como se fosse menina

Ela orava tal qual Moisés, lá no monte

Como se fosse íntima na presença de Deus

Noutras vezes, não tinha crença em nada

E odiava-se por todos os pecados seus

E foi tão simples, que até foi exemplo

De altruísmo, carisma e humildade

Contou-me tantas das tuas lembranças

Por inteiro revestiu-me de simplicidade

Tremia as mãos como quem dizia adeus

E cansada da luta, olhava descolorida

Juntou sorriso e lágrima n'último suspiro

Então, abraçava a morte ao se esvair da vida.

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 21/02/2017
Código do texto: T5919885
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