Borboletas I

De mansinho elas foram surgindo

Uma e outra em silêncio

A cada dia uma nova nascia

E assim em diante, o sossego se transformava em revoada.

Elas não paravam

Voavam sem cansar

De repente, lá dentro, só havia borboletas

Muitas borboletas!

Se multiplicavam e faziam sua rebelião

Elas estavam contidas

Não conseguiam continuar o vôo

Ora corriam pelos olhos

Ora deslizavam pela garganta

Por vezes, invadiam o estômago

Gostavam do coração

Eram muitas borboletas...

Como no escuro clamando por um feixe de luz.

Aparentemente quietas, eram gritaria

Aparentemente frágeis, eram destruição

Aparentemente calmas, eram pesadelo

Aparentemente belas, eram prisioneiras.

Ao mesmo tempo que a vontade era soltá-las,

Sabia que não poderia

Sabia que não deveria,

Talvez fossem queridas

Sabia o estrago que faria

Sabia que, talvez, elas levassem tanto que não sobraria nada

Sabia que poderia ser catástrofe

E sabia que nunca se livraria das borboletas

As borboletas continuavam em sua cabeça...

Hoje, se transformaram em poesia.

Luna Canceriana
Enviado por Luna Canceriana em 04/03/2017
Código do texto: T5930850
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