Alforria
O vento sopra
No campo de flores
Borrando um pouco
O tom das cores
O céu azul brilhante
Abraça a cena
Do ninho no alto da árvore
Cai uma pena
Desce flutuando
Sem pressa
E na tranquilidade da natureza
Toca o chão
O solo úmido
Coberto de folhas secas
Na clareira da mata
Guarda o frescor
Respiro o cheiro
De terra molhada
De grama fresca
Recém-cortada
Um pelotão de formigas
Passa marchando
Em direção a uma fruta
Caída ali perto, deteriorando
O som do trem ao longe
Traz de volta a atenção
Sua fumaça sobe branca
Seu apito toca forte
Faz pular o coração
Ando um pouco mais adiante
Ouço som de água corrente
E enfim meus olhos encontram
Um rio de brilho reluzente
Águas puras, cristalinas
Correm soltas
Vão sem pressa
E a paz inunda a alma
Limpa a mente
Num momento
Um sorriso me vem aos lábios
Liberdade, finalmente.