À espreita

Ali

Bem perto

Vejo, quase toco

A temida

Morte

Há quem não a suporte

Para minha sorte

A respeito

Completamente sem medo

Para minha sorte

Sinto que não a vida

Mas a proximidade da morte

Me faz mais forte

Traz me generosidade

Pois bem ciente estou

Que a morte em sua fatalidade

Deixará para a vida

Toda a minha efemeridade

E, se houver, resquício de bondade

Para minha sorte

Aceito a morte

E as circunstâncias

Quaisquer que sejam as contingências

Carregam as pessoas amadas de nós

Sem piedade

Afinal é nossa,

E não dela a fragilidade

Para minha sorte

Aceito a morte

Como a noite

Encobre o dia

O dia que se esconde

Que se põe

E aceita a noite soberana

Com disciplina espartana

Se acanha

Indo iluminar outras bandas

Para minha sorte

Aceito a morte

E as circunstâncias

Quaisquer que sejam as contingências

Carregam as pessoas amadas de nós

Sem piedade qualquer

Afinal é nossa não dela a fragilidade

Para minha sorte

Aceito a morte

Maior ainda

Lhe dei um novo norte

E agora a vida

Se apodera

Daquilo que considera

Já em desordem

Para minha enorme sorte

Acredito que a morte

Tudo pode

Varre as tristezas

Cede lugar às flores

Que se espalham

Com sua cores

Em encantadores canteiros

Para minha enorme sorte

Agora duvido da morte

Sim, aquela hora em

Que traja-se a vestimenta da esperança

Pela humildade que ora a ostenta

Que ora a sustenta

Afinal, a cada dia uma nova luta acalenta

Para a minha enorme sorte

Aceito a hora da morte

Vendo-a como o meu passaporte

Para o espaço

Lindo e infinito

Onde se movem

As estrelas donzelas

Simples e singelas

De cor amarela

De volta para o calor do ninho

Cujo andar jamais será sozinho

vivianne marinho
Enviado por vivianne marinho em 15/03/2017
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