CAMINHO DA FÉ

Só, no meu silêncio,

Vão-se passos pela estrada...

À natureza, uma trilha,

Num caminho compassado.

As incertezas dessa vida,

Se desnudam nas pegadas...

Sob o já nascente sol,

Que sobe tímido, desconfiado.

E então, na mata escura,

Fez-se um percurso iluminado!

Clareiras, árvores, casebres...

Um rio que rompe o cortado.

Descerro a vista pelos olhos,

De um brilho intenso, renovado,

Nas belezas que me avivam,

O coração descompassado!

“- Vão-se águas cristalinas,

Corram livres pelos campos!

Levem as lágrimas roladas,

Do meu pranto em desatino...

Respiram os ares da minh’alma,

Nessa aurora agraciada,

Cujo vento assopra o voo

Pro renascer de meu destino.”

“- Sou um pássaro, um menino,

Risco o céu dessa existência!

Dizimo todos os rancores

Pelas distâncias percorridas...

Por entre cantos, os encantos,

Renovam-se meus sentimentos,

Reescrevendo noutra estória,

O celebrar da nova vida!”

Sem me aperceber, então,

Aproximou-se o entardecer.

Retornaram-me os temores,

Que sempre trouxe no viver!

Das certezas que perdidas,

Nas estradas que passei...

Pelas dúvidas reavidas,

Nestes passos que andei...

E no silêncio que agora,

Doutro tempo e espaço,

Em penumbra em nova lua,

Eu desfaço este meu nó:

O pensar-me estar sozinho,

Numa trilha, ou num caminho

À natureza... De um homem,

Que jamais esteve só!

Danilo Rodrigues de Castro
Enviado por Danilo Rodrigues de Castro em 16/03/2017
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