* Silhueta *

(...) De onde vem todos os sons que não sinto?

Escuto o ruir do tempo,

Que em silêncio, petrifica sua passagem.

Olhos parados, admiram sua miragem.

Que ecoa no vazio,

E no clarão!

Fez-se relâmpago.

Que relampeja a brevidade que em nossos olhos há.

Passa depressa,

Passa ligeiro,

Tempo, ele,

Menino faceiro,

Que arrasta consigo lembranças e ilusões.

Que guarda em tua caixa cravejada de brilhantes,

Histórias,

Memórias,

Desilusões.

Mentiras irrisórias...

Insólitas solidões.

Leva consigo,

Deixa comigo,

Partes,

Metades,

Grandes multidões...

Carrega pro mundo a fora,

A degola de sua própria existência.

Fatigado, morre pagando sua sentença.

De ter a absoluta certeza que ,

Amou a quem o odiou,

Odiou a quem o amou,

Levou a quem o deixou,

Supriu a quem o abandonou!

Tempo, precioso tempo!!

Velho menino,

Deixou-se ser levado no vento.

O tilintar de teu cristal,

Que de tão fino,

Se fazia forte, vil metal.

Hoje perdido,

Guia-se pelo instinto...

De tudo vivido,

Ser somente...

Silhueta,

Dentro da ampulheta,

Poeira !..."

Agridoce P
Enviado por Agridoce P em 25/04/2017
Código do texto: T5981087
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