Logo Pela Manhã

Logo pela manhã, eu escuto as flores acordando

O vento se esgueirando, procurando aberturas

O Sol ainda está se alongando, se preparando para um novo dia

Eu falei das flores? Ah, são tão lindas

E as nuvens? Tão limpas, branquinhas, não vejo nenhuma cinza

Algumas das estrelas da noite ainda podem ser vistas,

Ainda há outras, maiores, a procura de suas filhas

Logo pela manhã, eu escuto o nascer de uma nova sinfonia

Ah que maravilha, quanta maestria.

E começa a caminhada do vento,

Que friamente passa acompanhado pelo tempo,

Que, ao abrir das janelas, nos provoca aquele arrepio

Não me lembrava que ele era tão frio

Sem falar dos bocejos contínuos,

Que nos fazem assumir a forma de leões, rugindo

Não esquecendo do bom dia aos vizinhos,

E também a orquestra de latidos matutinos,

Dando início a rotina canina.

Um café da manhã reforçado,

Para prevenir a fome em um dia agitado

Desejar um bom dia para quem estiver ao lado

E logo ao nascer do Sol, já queremos a vinda da noite

Mesmo acabando de acordar, nossos corpos não querem levantar

Talvez eles devem pensar,

"Calma aí, vamos ficar mais um pouquinho aqui"

Algumas vezes é até triste levantar, mas tempos que avançar

O tempo não nos concederá descanso.

Vamos então começar tomando o café

Usando o adoçante, ou uma colher para misturar o açúcar

E aquele vaporzinho que sai do copo?

Dá água na boca? Eu concordo

Há quem gosta de comer pão com manteiga,

Ou pão com queijo

Afinal, cada um tem o seu "menu perfeito".

Ah, olha lá o céu, vejam como ele está

Ele mal acordou, mas já está começando a clarear

Talvez as seis ele já esteja totalmente azul,

Acompanhado pela luz,

Tão belo, que me seduz.

E quando olho para o céu vejo borboletas, mas não vejo mais as estrelas,

Elas se foram, então vejo outras belezas

A natureza não dorme, ela me envolve

Sou apenas sua presa, disso tenho plena certeza,

E não possuo defesa que a detenha, não consigo resistir,

Então quando acordo, eu fico ali, na janela

Olhando bem reservado, do outro lado da rua, aqueles pássaros

Com plumas amarelas, cheias com o espírito da primavera

E as pessoas, atarefadas feito escravas, não notam essas paisagens belas

Mas talvez quando ficarem bem mais velhas,

Elas passem a apreciar, e perceber o que perderam.

Logo pela manhã, eu vejo os morros despertando

Logo pela manhã, eu sinto a vida me abraçando.