Imaem do Google
DESPIDA

Hoje me realizo sem dó
Me dispo de roupas velhas
De pensamentos furtivos
Despeço-me de agrúrias
Jamais esquecidas.
Desfaço as malas da indolência
Dos recalques acumulados
Dos contágios dos insensatos
Da falta de virtudes reconhecidas.
Despida estou em meu quarto
Na minha alcova desforrada
Assim como a minh'alma sem nada
Fugindo das roupas pesadas.
Me despi de todas as tristezas
Que rolaram em forma de lágrimas..
O frescor na minha pele despida
Dos males causados por tantos anos
Já nem quero lembrar-me mais.
Por isso já tenho a carta de alforria
Para despir-me cada vez mais
Do amargor desta vida.
Ainda cheia de ressentimentos
Sentimentos de culpa
De males que não causei
Mas a vida me fez muito mal
Testemunhei pessoas se arrastando
Pedindo perdão.
Mas agora, não !
Volto para dentro de mim mesma
E me dispo.
Continuo desnuda ... desnudando
Tirando coisas ruins travadas no peito.
Hoje é um dia especial
Onde permitir a pele respirar
Só conseguida pela desnudez
Agora sinto-me leve
Sem amargores, sem ressentimentos,
Sem tristezas n'alma
De peito aberto merecedor
De renascer pelo amor.
Desnuda estou
Desnuda ficarei.
Somente desnuda sinto a leveza
De tudo o que deixei.
Toda essa nudez do meu interior
Seja vista com os olhos do amor.

FRUTO DA IMAGINAÇÃO !

(Leila Azevedo) Maio de 2011