Histórias contadas ontem

chego ao encontro dos mares.

das ardências nada falo.

calo-me na boca dos amantes

adormecidos nos meus braços.

embriagaram-se? não percebi.

sinto-me nas águas

límpidas. beijo os pés

do ser amado.

sopra o vento nos altares

o impulso de ser perfeito

no tempo dos olhares.

vento e nuvens

lavram pedras.

de sol e chuva

guardo estrelas.

busco nos romances

os personagens que

sabem de mim.

no casulo onde me escolheu

despiu-se como Zeus no mar

aberto.

este poema não será o último.

talvez escreva para celebrar

os dias sem medo dos erros.

no leito

ouço histórias

ilusórias.

ecoam nos muros,

perdem-se no ritmo

do poema largo.

no espelho sufoco suspiros...

aqueço-me. esqueço fadigas.

nas fábulas recolho os frutos

nos lábios do moço alucinado.

foi rei e rainha

de antigos espaços

onde assassinaram

a arte de amar.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 04/07/2017
Reeditado em 09/07/2017
Código do texto: T6044968
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