Essas Almas
 

Essas almas que me chegam
Com seus corações quebrados
Que eu pego com cuidado
Na concha da minha mão...
 

A tristeza de saber
Que não posso consertá-los!
Então, eu tento assoprá-los
Para que não ardam tanto.
 

E elas me falam de tudo
Que se chama desencanto,
E eu empresto meus ouvidos,
E às vezes, as palavras;

(-Saem mais aliviadas
Ou será só ilusão?)
 

Essas almas que me chegam
Derramando em meus espaços
As tristezas represadas,
E o cansaço dessa vida
Que às vezes, é madrasta,

-No final, todas se vão...
 

Um dia, eu passo por elas,
E nossos olhos se encontram...
Muitas vezes, nem palavras,
Nem sequer um cumprimento;
Entre o vento que separa
Nossas almas já estranhas,
Um silêncio constrangido
Pelo que foi partilhado
Naquele tempo roubado,
Naqueles raros momentos.


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 01/08/2017
Reeditado em 01/08/2017
Código do texto: T6070957
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