Arrebatamento!
Arrebatamento!
O vento me sopra ao ouvido e sussurra, hábil
A força da vida física escorrendo pelo tempo
Abraçando o vento em fúria em partida instável
E suas jarradas em força centrípeta um tormento
Então abro os braços ao sabor do vento
Sentindo em mim um escorrer do excesso
Das mazelas e miasmas, vendo-as voar
Transbordando-as para não mais voltar
E nesse tornado íntimo impulsiono ascendente
Sinto-me voar e velejar no espaço, livre
Num arrebatamento divino e naturalmente
Galgando a consciência, tomando as rédeas
Depois num pouso suave, a recordar um sonho
Em que varreu de mim todo o peso e a angústia
Ficando apenas meu eu, ser humano e risonho
Fortalecido, inspirado para enfrentar as lutas!
Abro os braços, agora é com a suave brisa
Que me vejo e me olho num imenso espelho
O meu reflexo é uma aparição bem conhecida
Trazendo novamente os meus reais anseios!
Assim percebo como é infinito o ciclo da vida
Qual árvore em sua mágica definição vital
Em semente, cresce, floreia, fruteia e aduba
Prevalece sempre a vida de forma natural!