Contrato para viver

O cérebro de minha alma visitou meu corpo ileso.

Há tantas tolices neste mundo em que acreditamos,

pelas quais lutamos,

como se em nossos olhos morasse nossa consciência.

Amar! Por que amar tanto na vida?

quando separo a alma do corpo, amo sob duas medidas:

uma sã, outra contratada.

Contrato-me, pois, a amar com as duas

e por isso fiz este poema quase desfeito,

cheio de palavras, e conceitos e defeitos,

que talvez poucos os achem nele.

Minha voz está nas entrelinhas a gritar bem alto.

Não sou eu quem falo, lembrem-se, fiz um contrato...

A vida é um pó de amor solto no vento,

acha-se o que dele no corpo bate,

o que dele na alma fica.

Eu te amo, meu amor do mundo,

Tu, minha alma, meu corpo, minha vida!