GUERRAS LARES

É só um clarão, só um começo de tudo que nem se sabe como começou.

Não é como inicia, é como se sobrevive.

Não é nem um pouco como vai terminar, é só com quantas felicidades cada parte vai ficar.

Toda munição vem dos poros.

São filhos de raiva, registro de impulso, atentados de afeto.

O desejo na verdade é o abraço, mas atingem as colunas da confiança em cada bomba de palavra fria .

Soldados que chegam devagar do coração.

São tiros fortes, peitos fracos.

Toda percepção se enquadra na fuga do verbo e sobra do substantivo.

No olhar, outro estampido.

Aqui o fogo cria o voo, aqui o auto limite origina o pavio.

Cada tiro tem letras precisas, ao apertar o gatilho, o tom mais agressivo.

O comando vem das claras expressões, o alvo é um ego já em partículas.

Além dos exércitos tem os outros: inimigos quase irreais.

Eles também atiram se você pedir, e do seu ferimento todo mundo sabe.

Quando aliados conquistam novo território estes “outros” perdem o escudo do sentido.

Quem é o bem? Quem é o mal?

O sentimento condenado trai seu lado encaixando-se em objetivos.

O que chamam de missão é só AMOR.

A emoção pedindo paz em trincheiras que não vão cair.

As marcas da guerra vão permanecer, vão repreender, libertar e aprender.

Localiza-se mais um canhão aceso na sua direção, mas agora a pólvora é sorriso.

Um tratado do lado de dentro unifica feridas, pacifica as curas, quantifica luz na acusação.

Abraça, abraça e abraça todo rosto da história... O para sempre chega manias depois do nunca mais.