PERDIDO

Perdia-a!

O quê?

A chave da esperança...

Não sei onde a deixei,

Talvez nos pedregulhos da Lua...

Mas diante do ser finito que sou

É possível que o Sol a ilumine

Durante os dias quentes de verão.

Por enquanto, tudo é apenas ilusão!

Minha alma está enlutada

Perante esta hibernação atroz,

Meus olhos são minha paciência

E, nesta madrugada, minha vida, febril!

Estou inerte, o frio me congela...

Inverno devastador,

Gelo constrangedor

Da neve que me dilacera!

Perdi-a também!

O quê?

A chave da razão...

Enlouqueço acintosamente,

Minha transparência é minha mente,

Porém está camuflada diante da falsa

Idolatria que nutre os corações idiotas!

O dia dorme orvalhado

Pela noite que chora hipocrisia

E eu me rebelo cheio de valentia,

Porém o tempo me olha com desdém...

Perdi-me!

Onde?

Nos pântanos da saudade atrevida

E a solidão tenta mostrar-me a vida

Dos que sós adormecem e despertam

Perante as nuvens de um amanhecer

Ainda cinzentas e úmidas...

Não me acharão, pois...

Sou a esperança e a razão mistificadas!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 12/12/2017
Código do texto: T6196528
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.