DESTINO.

Por linhas tortas corremos riscos.

Abrimos portas em meio a sorrisos.

Mudamos planos, refazemos sonhos.

Cometemos enganos tão enfadonhos.

Vidas cruzadas, há tanto prometidas.

Almas juradas, ainda assim, proibidas.

Linhas traçadas, na destreza do artesão.

Palavras enlaçadas, tão linda intenção.

Destino malvado, a esconder a solução.

És no fundo, mal amado, és pura ilusão.

Despedaças sentimentos, matas a emoção.

São tantos os lamentos, oh, nobre cortesão.

Nego-me a dizer; o destino quis assim,

Teço, agora, meus caminhos e, vou, enfim,

Combatendo o fantasma e a assombração,

Por estradas tortas, que feliz meu coração!

Elenice Bastos.