Teatro da vida
Nada percebe
Não contactua
Silêncio da sirene
Que tocara incessante
Olhos opacos estáticos
Agito nas cinzas salas
Com brancos semoventes
Iluminando as pupilas
Com midriase presente
Braços abertos
Peito desnudo
Qual Cristo na cruz
Inicia o calvário
Do sofrimento extremo
No tosco cenário
Puncionado entubado
Atos de ressuscitação
Permanece inanimado
As pálpebras baixadas
Como cortinas do teatro
No fecho do último ato
Platéia em silêncio
Constritos e pasmos
Da tétrica história
Com enredo real
Na incógnita hora
De serem um dia
O ator principal