A campa e o poeta
(Para Niltinho, meu querido ex-aluno, hoje amigo e grande músico)
Já vai triste, gentil poeta?
Não te negues à utopia
Navegaste ao léu das palavras
Temeste aportar n’algum cais:
(Sem correntes, não saberias)
Unir as letras, em ousadia
Moldando a própria solidão...
Atraca, n’algum porto, poeta!
Não te deites na campa ardil
É cedo demais para ir-se
(E nunca tarde para resistir)
Navega, aporta n’algum cais
Não desista nunca, jamais
Acede ao teu nobre coração.