Fulana de Tal

Como dói o dodói.

Como é claro o sangue

Como pulsa a artéria

Como inunda o pulso

Como toma o chão

Quão invisível os são.

É frescura!

É beleza!

É coisa de natureza.

For por causa do ex.

O que será que ele fez?

Algo grave com certeza.

No desespero e na dor

em frente a Igreja se pôr

Construir uma família.

Até que chega aquele dia...

Viu naquela pracinha como a traição reluzia.

Todos em volta falaram

E a pobre senhora enganaram

Na casinha a dor consome

Por se enganar por aquele homem.

Mais um dia desponta tão belo

Mamãe desabou no seu mundo paralelo.

Tarja preta virou rotina

Já não conseguia sequer chegar na esquina.

Até que numa chuva de verão...

Doze cápsulas a fez parar o coração.

Na mão gélida e firme um papel chamava atenção.

A escrita firme e decidida, resumia a sua vida.

"Borboleta que pousa no galho

Beija flor do chocalho

Menina que cedo namora

Por qualquer dor logo chora."

Desirê
Enviado por Desirê em 19/01/2018
Código do texto: T6230349
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