DEFINIÇÃO
DEFINIÇÃO
Sabe um rio que rejeita o mar
Com medo de perder a identidade
E se tornar espelho de maré?
Sabe um pássaro cujas asas foram cortadas
Para que seu canto derretesse pedras
E suas pernas abraçasse o mundo?
Sabe uma flor gerada entre espinhos de aço
Para não enfeitar corações vazios?
Sabe de uma mulher que amou demais
A ponto de beber o próprio sangue
E se prostituir com os anjos?
Eu sou aquele rio
Cujas águas sempre retornam ao leito
E em cujas margens habitam a tristeza e a saudade
Eu sou aquele pássaro
Que mesmo sem asas alcança as estrelas
E escreve a história do mundo
Eu sou aquela flor que mesmo entre espinhos
Perfuma a alma dos amantes
E por fim sou uma mulher que copula com os deuses
Porque eles também são necessitados.