DEFINIÇÃO

DEFINIÇÃO

Sabe um rio que rejeita o mar

Com medo de perder a identidade

E se tornar espelho de maré?

Sabe um pássaro cujas asas foram cortadas

Para que seu canto derretesse pedras

E suas pernas abraçasse o mundo?

Sabe uma flor gerada entre espinhos de aço

Para não enfeitar corações vazios?

Sabe de uma mulher que amou demais

A ponto de beber o próprio sangue

E se prostituir com os anjos?

Eu sou aquele rio

Cujas águas sempre retornam ao leito

E em cujas margens habitam a tristeza e a saudade

Eu sou aquele pássaro

Que mesmo sem asas alcança as estrelas

E escreve a história do mundo

Eu sou aquela flor que mesmo entre espinhos

Perfuma a alma dos amantes

E por fim sou uma mulher que copula com os deuses

Porque eles também são necessitados.

henrique ponttopidan
Enviado por henrique ponttopidan em 07/02/2018
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