Palavras, Punhos e Flores
A vida é a maior das guerras
todo dia um novo campo de batalha
todo dia mais um corpo sobre a terra
todo dia alguém erguendo a toalha
A todo instante estou batalhando
seja com meus temores
seja com aqueles que acham que estão me derrubando
mas revido com minhas armas: palavras, punhos e flores
Se lágrimas caírem
não será fraqueza, será cansaço
se sonhos não se realizarem
não será desistência, será recomeço
Em meu peito abrigo a esperança
a última fagulha que se acende no desespero
e a chama que brilha no olhar de uma criança
E se alguém ousar cuspir desistência
se me disser palavras que desmereçam
não peço clemência
não deixo que numa maré de pessimismo me prendam
pois em minha alma carrego a fagulha da persistência
Nem todas as batalhas podem ser vencidas
não acredito que a derrota é o fim
sempre haverão outras batalhas para serem superadas
e algumas deixarão um rastro carmesim
Enquanto pregarem que o mundo é dos vencedores
em meu peito acolherei os perdedores
enquanto os desmerecerem
os meus versos se curvarão para os enaltecerem
não se trata de cultivar fracasso
muito menos de o incentivar
se trata de recomeço
para os que começaram a desacreditar
Em meio a lágrimas e gritos
em meio a mente e o coração
nessa carne que habito
rezo por almas que jamais me ouvirão
Para as almas feridas, deixo minhas palavras
para os que tentam humilha-las, liberto meus punhos
para as que clamam por paz, ofereço minhas flores
para as que já partiram, choro de luto