BASEADO
Enrodilhei todas minhas malambas num papel
e fumei!
Não podia continuar acreditar que vivo ainda estou
sobre esse chão
Este mesmo chão onde pessoas se recusam a ser humanos
Tudo porque a necessidade vale mais que a moral....
Mas, mas óh pessoa,
Que duvido se é mesmo d'aqui, qual fome te ensinou a viver mais com a barriga do que a mente???
Deixa-me,
Deixa-me fingir que são só pontos de vista,
Que no final as coisas ficarão bem, deixa fingir que haverá no trecho final o seguinte : E VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE!
Só que não!
Então deixa que eu fume minhas malambas aqui neste papel,
Que podia ser meu endereço pro paraíso, não..... srsrsr para com isso!
Fumo!
Fumo cada letra e descubro com quantos dedos se desenha minha paz,
Fumo
E mergulho minhas dores em rios de pacividade
Fumo e me desprendo dos medos de cada malamba para desenhar com as cinzas deste baseado, os pássaros de minhas liberdades,
Fumo e me baseio no violaceo fumo que sobe mais cedo que eu....
Fumo a morte que a vida me ensinou a vive-la,
e concluo que morremos desde o dia que nascemos,
....afinal, morrer é um cíclico processo de vivências.
não é de hoje que a gente vem morrendo,
hoje mesmo quando morria uma vez, das minhas mortes,
vi nascer mais três mortos da vida.
não sei de onde tiram a ideia de que paraíso não é aqui,
e que para isso, primeiro vim parar aqui...
então deixai-me fumar em paz, minha santa guerra!
andem cá, malambas minhas
deixam que eu vos fume, e sobre mim ainda vivam!
É mais facil acreditar que houve um ngangula por aí, do que crer que pau torto um dia há de mudar....
então, enrodilhei minhas malambas num papel, e fumei!
10h43 am,
26 de Março de 2018 Luanda.