No fio da navalha

No fio da navalha

No fio da navalha

Na curva do rio

Apenas por um triz

A correnteza está forte

Vai arrancar a raiz

Tudo inconsciente

Um sono coletivo

Letargia dos vivos

Uma morte anunciada

Féretro mais que previsível

Brincando de viver

Num exíguo disfarce

Fantoches por toda parte

Humanos controlados

Por cordões teleguiados

Muitas histórias contadas

Muitas coisas inventadas

A procura incessante de uma razão

O desejo de ouvir aquela fala

Algo pra acalmar a alma

É tudo um filme

Capítulos alegres e tristes

No final você morre

O mocinho não resiste

Independe do script

A cabeça e o pescoço

Os olhos e o rosto

Minha boca que na se cala

Meu coração, brinquedo de corda

Vive precisando que eu lhe de corda

Senão um dia ele não acorda

Jonas Luiz

São Paulo, 26/03/18

Poeta Jonas Luiz
Enviado por Poeta Jonas Luiz em 26/03/2018
Código do texto: T6291468
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.