FULGURANTES

Março ensolarado, mormaço... flores brancas

Atapetam meus jardins de outono... olfato!

Perambulo sob as rédeas dos pés, os tamancos

Que pisoteiam o solo alagadiço de fosfato!

Crisântemos vermelhos... é o sangue da cascata

Poluída nesses campos onde já não há ternura...

E a vida se enternece dentre o massapê que é lama

Pelas várzeas movediças dessa natureza impura!

Através da janela do silêncio sinto do arrebol, a luz...

Um homeopático entusiasmo do meu corpo se fia

E meus olhos coloridos de solidão dormem o cansaço

Para saudar da comoção réstias fúnebres de nostalgia!

E me saúda uma morte cerzida pela exaustão da vida

Que me intima a descrever lampejos da sutil despedida!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 27/03/2018
Código do texto: T6292597
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