Não terminei mudo
Quinto dia. Madrugada. Não consigo falar. Assisto Mudo. Dor latejante instalada no peito. Tenho que acabar mudo. Me falta ar.
C O R A G E M.
A fala devasta.
Voz soa à duros cortes por entre a massa, quase palpável, desse breu enveredado.
E ficou mudo. Muda.
Muda derradeira respiração.
Muda dor em minhas carnes.
Choro. Muda!
Não há mais choro.
Clame embriagantes rumores a mim
Infalíveis a surdez
Ouço tudo em pausa muda.
Resfolego alto de ar condensando-se em vida pelos meus pulmões.
Silêncio! Não há mais choro.
C O R A G E M.
Até aqui, ninguém leu sobre surdez.
Eu ouvi, muda, cada fração de segundo caindo por sob a malha do tempo, cega.
E ainda assim, até aqui, irremediável, pra você tenho
C O R A G E M.