Triste retrocesso
Por entre as ruas novamente
Se ocupa à tortura o céu da mente,
De pensar e pensar, e tudo
Se repete, se repete eternamente.
Me pego pensando de forma diferente
A mesma fala, a mesma dor ardente:
O que falarei no futuro, o que direi,
E o que aconteceu no passado, eu sei...
Perturbo, e vou à baía de Guanabara,
Onde o sol bate à retina e me tenta
Tudo o que no horizonte dispara
O vento voa e eu vou ventando,
Pensando, talvez, em me render,
Se pois render é o firmamento.
Mas eu vejo, ao mesmo tempo,
A dor do dever em raio negro;
O coração indignado ao latejo;
E o inaceitável, agora frio e lento.
E segundo após segundo eu vou vivendo,
Pensando que o fim, talvez um blefe,
Tal se torne por fraqueza; vou crendo
Na recompensa cósmica ao relento.