Caminho (1)
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Certos dias amanhecem-me,
embaciado pelo bafo
da desdita.
Certos e sabidos
como favas contadas
que nem quero explicar.
É quando sinto
que meu caminho
segue na pendência do caos
que me tocou em sorte
e que faço por merecer
sem esforço nem vantagem.
Assim mesmo,
tem tudo, o meu caminho,
sempre muito completo:
dose reforçada de
desassossego, incerteza
e toda uma cáfila
de atributos mimosos
no meu cenário
tão bem assumidinho,
"benzó" Deus!
Ultimamente, parece
um pouco mais austero
o meu caminho,
talvez para se dar ares
de ancestralidade intemporal
(se é que isso existe!).
Fica com um semblante
que estar a perder
as boas cores da fantasia
a rutilância das miragens
coisa doutras quimeras
outras paisagens.
Será porventura também
a ligeira desventura
de uma anemia a grassar
no sistema imunitário da fé
ou no vascular da esperança.
Claro! (Estou farto de saber!)
Precisa de sol,
de sorrisos, de alegria.
É mesmo ! Mas como tu dizes:
"- Isso passa! -"
Pois!,
...na cadência da caminhada.
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______________________LuMe
P.S.
(Posso já ter explicado):
Episodicamente, dirijo-me (por "tu")
à Estrela da Manhã, o que, segundo
a minha costela formalista,
pode ser incortês dado a palete de
milénios que tem a mais que eu.
Não menos episodicamente, dirijo-me
à Estrela da Manhã, entro,
cumprimento os circunstantes,
sento-me numa mesa e escrevo linhas
como estas; amo esta leitaria.