Caminho (1)

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Certos dias amanhecem-me,

embaciado pelo bafo

da desdita.

Certos e sabidos

como favas contadas

que nem quero explicar.

É quando sinto

que meu caminho

segue na pendência do caos

que me tocou em sorte

e que faço por merecer

sem esforço nem vantagem.

Assim mesmo,

tem tudo, o meu caminho,

sempre muito completo:

dose reforçada de

desassossego, incerteza

e toda uma cáfila

de atributos mimosos

no meu cenário

tão bem assumidinho,

"benzó" Deus!

Ultimamente, parece

um pouco mais austero

o meu caminho,

talvez para se dar ares

de ancestralidade intemporal

(se é que isso existe!).

Fica com um semblante

que estar a perder

as boas cores da fantasia

a rutilância das miragens

coisa doutras quimeras

outras paisagens.

Será porventura também

a ligeira desventura

de uma anemia a grassar

no sistema imunitário da fé

ou no vascular da esperança.

Claro! (Estou farto de saber!)

Precisa de sol,

de sorrisos, de alegria.

É mesmo ! Mas como tu dizes:

"- Isso passa! -"

Pois!,

...na cadência da caminhada.

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______________________LuMe

P.S.

(Posso já ter explicado):

Episodicamente, dirijo-me (por "tu")

à Estrela da Manhã, o que, segundo

a minha costela formalista,

pode ser incortês dado a palete de

milénios que tem a mais que eu.

Não menos episodicamente, dirijo-me

à Estrela da Manhã, entro,

cumprimento os circunstantes,

sento-me numa mesa e escrevo linhas

como estas; amo esta leitaria.

Luis Melo
Enviado por Luis Melo em 16/04/2018
Código do texto: T6310325
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