Sacrilégio

Forjei-me no fogo das provações

Que me esfolaram a pele e a alma infantis

e me doeram por anos...

Em que me abriguei nas muralhas do silêncio

amortecedor de agonias cortantes e finas,

que feriram fundo e fortemente...

Cicatrizes?

As carrego todas como troféus de batalhas

contra anjos caídos que titubearam frente à minha luz...

Doeu...

Doeu cada violência velada ou explícita que me rasgou a carne intocada e ingênua e me fez ser quem sou.

Forte.

Não sem antes reinventar a mulher do pó das chagas que se abriram pós-apocalipses.

Nada mudou.

Tudo mudou.

Fênix.

Reinventada das cinzas.

Por sob a pele, ferro e aço.

Por sobre a pele, doçura e delicadeza...

Lyzzi
Enviado por Lyzzi em 02/05/2018
Código do texto: T6325473
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