Crepuscular
Quando do alto
eu pude ouvir meu nome
sobre o asfalto
em vastos horizontes
eu cantei
e minha voz desaparecia
a noite tornava-se dia
e eu sempre tão crepuscular
Quando do alto
e tudo se afogando
um sorriso largo
o culto ao mundano
eu sonhei
e meu sonho se tornava bruma
em pétalas, pedras e plumas
e eu sempre tão crepuscular
e quando de baixo
pude ver a parede e correr
e correr
e quando de baixo
assim como Orfeu que olhou para trás
para trás
é quando me encaixo
é quando eu olho e vejo tudo que há pra ver.
tudo.
eu dancei
e comigo veio a primavera
a fuga de todas as feras
e eu sempre tão limiar.