Crepuscular

Quando do alto

eu pude ouvir meu nome

sobre o asfalto

em vastos horizontes

eu cantei

e minha voz desaparecia

a noite tornava-se dia

e eu sempre tão crepuscular

Quando do alto

e tudo se afogando

um sorriso largo

o culto ao mundano

eu sonhei

e meu sonho se tornava bruma

em pétalas, pedras e plumas

e eu sempre tão crepuscular

e quando de baixo

pude ver a parede e correr

e correr

e quando de baixo

assim como Orfeu que olhou para trás

para trás

é quando me encaixo

é quando eu olho e vejo tudo que há pra ver.

tudo.

eu dancei

e comigo veio a primavera

a fuga de todas as feras

e eu sempre tão limiar.

Vini de Azevedo
Enviado por Vini de Azevedo em 04/05/2018
Código do texto: T6326742
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