OBSERVANDO A VIDA

Aqui,

Deste lado da rua, onde passa pelos meus olhos a vida de muitos, estou-me à janela da minha desconhecida casa

a apreciar cada passo de quem passa,

Vejo um louco a sorrir,

talvez seja por já ter encontrado seu café,

no lugar onde eu largo o pão que já não me sirvo...

e um pensamento nasce num dos meus big-bangs mentais,

e me pergunto, o que tenho eu feito da vida para não estar no lugar daquele louco?,

e o que já fez o louco para não merecer meu lugar?

talvez tenha feito absolutamente nada, por isso cá ainda estou,

e aquele louco, ali está...

e se for o contrário, e se na verdade louco for eu que inveja seu inocente sorriso?

e se loucura for só um ponto de vista de quem está do outro lado do mesmo mundo?

não, sei!

Disparo um triste sorriso, por saber que dessa vida nada sabia até agora...

No meu horizonte está uma turva imagem

de um sol que se recusa a morrer agora, e faz consigo umas duvidosas cores,

volto meu olhar para o rés do chão do meu prédio, e o olhar cruza-se com a

visão mais triste que a do louco feliz;

alguém partiu! E foi cedo demais, penso eu....

devia só ter vivido 12 vezes os seus anos aqui, neste mundo que me faz ser quem sou, podia ter ficado mais tempo, podia ter sorrido mais, mais vezes, podia até calcorrear mais, mas alguma força qualquer, algum karma, algum desconhecido karma, decidiu que ele fosse agora....podia ter vivido mais...

pessoas em volta fazem julgamento(umas), ao sujeito causador do triste destino daquele menino,

uns fazem verbalmente, enquanto outros usam mãos próprias para julgar,

e aquelas mãos eram umas juízas muito gordas e rabugentas,

faziam chover lagrimas a mais ao sujeito causador,

‘’afinal, ele causou mesmo uma profunda dor a alguém’’._pensou alguém assim, pensei!

-Não façam isso, chamem a polícia, pah!_gritei acudindo o merecido descanso á alma do menino, e o tratamento legal merecido ao sujeito causador,

fugi repentinamente daquela maléfica onda de tristeza,

para repousar minha mente num pensamento menos lacrimal e mais pensante, quando tempo depois, autoridades fizeram seu serviço.

pensei um pouco sobre a vida,

a que vocês chamam de morte

e sobre a morte que alguns de nós vivem....

e questionei um pouco o cosmo assim:

Mas, aonde vai essa humanidade que morre sem cessar?

Onde se têm escondido os fantasmas que só nossas mentes sabem ver, e só nossos ouvidos podem escuta-los?

o que vêm a ser os nossos propositados propósitos de vida?

nascemos mesmo para viver lutando para não morrer cedo?

lutamos mesmo para viver bem, sobrevivendo nas lutas?

para aonde costumam ir nossos sonhos depois de sonha-los e vive-los?

será que os temos deixado de herança aos que ficam?

ou os que ficam lutam para roubar tais sonhos?

....se assim for, de quem herdei estes meus estupidos sonhos?

ou quem foi o azarado que foi roubado por mim?

paranóias não vão parar hoje......

mas deixo para lá tais respostas, e concluo assim:

é assim mesmo que nascemos, e vivemos, até felizmente morrer

ou infelizmente partir!

Luanda,

21 de Maio de 2018

07h02pm, ferrovia, Aurora

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Lord Salvador O Welwiano
Enviado por Lord Salvador O Welwiano em 24/05/2018
Reeditado em 26/06/2018
Código do texto: T6345448
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