DOCE POESIA

Quando não puderes ser tão belo

como supos que sempre seria

seja ao menos singelo

doce poesia...

Esqueça as estátuas e os edifícios

e as vitrines das relojoarias

abandone todo e qualquer vício

que não lhe traga alegrias...

Olhe o córrego manso que corre

sem se importar com obstáculos

vá até a caverna escura e olhe

a luz que é o seu oráculo...

Quando não puderes a si domar

erga a taça o mais alto e a quebre

o sangue em tua mão é o mar

que tua correnteza sugere...

Tenha para si a palavra

que verga o aço em ti imerso

e cubra-se de salgada água

tecendo o mais doce verso...