INDIFERENÇA

Sou uma flor amassada pelos pés do povaréu...

Minhas pétalas se perdem na poeira grossa

De ruas e avenidas que, enfeitadas de sujeira,

É um lamaçal donde se extrai enfermidades e fel.

Sou folhas secas e murchas que caem das árvores

E se espalham pelas passarelas das cidades mortas

Donde se percebe o vozerio das gentes imundas

Que sobrevivem dos galhos extensos das barbáries.

Sou troncos ocos abandonados debaixo das pontes

E dos viadutos que tremem ansiosos, dias e noites,

Avexados por desabarem no solo das imperfeições...

Sou as podres raízes que, debaixo de sutis montes,

Enveredo silenciosamente levados por vis açoites

De terremotos não tímidos que assassinam corações!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 14/07/2018
Código do texto: T6389742
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