Catador de Ventos

Catava cata-ventos

No isolamento

Do convento,

Sem vento

O vencimento

Do movimento

Do sopro do ar

Dava-me um ar

De desapontamento

A cerca que ora surgia

Acerca da noite que caia

Em toda a nossa cercania

Do meu apartamento,

Insistentemente me dizia:

Espere um novo momento

Deixe amarelar o firmamento

Com o sol do novo dia

Esperava no receptáculo

Do meu pensamento

Maravilhoso espetáculo

Do giratório carrossel

Com as cores do papel

Do meu lindo cata-vento

Mas, não pude aguardar mais

O parto que Deus sempre faz

Do novo dia, o seu nascimento

A ânsia desta idade

Em querer tudo num átimo

Revela cada célula, átomo

Da minha ansiedade

Do meu grande açodamento

Quem poderia esperar

A alvorada, o novo alvor

O aniversário diário

Do sol, que ao se expor

Traz consigo por inteiro

O passar dos ponteiros?

Quero logo no imaginário

Realidade, ou ficção

Meu cata-vento desta noite

Arrisco-me pelo perigo

O risco mora comigo

Pois sou catador de vento

Não importa o tamanho

Se uma brisa, ou furacão

De agora, ou de antanho

De antanho ou de agora

Não deixo pr’outra hora

Absorvo toda magia

A circulatória poesia

Nas hélices do cata-vento

Sou o recolhedor de verso

Com a ventania, converso

Sorvedouro de sentimento

Sou um catador de vento

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

29 de agosto de 2018

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 29/08/2018
Reeditado em 29/08/2018
Código do texto: T6433861
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