A coragem ainda está entre nós

As vezes é assim

Entramos em modo off-line

Jogando de cabeça na solidão

E assim mergulhamos em um vazio existente

Sem ajudas ocultas e sem precedentes

Apostamos nossa fé nos deuses

Brincamos de baralhos

Escondemos a nossa verdadeira face

Por medo da rejeição

A gente é um monte de coisas em vão

Às vezes é assim

Sentamos para tomar um café

Meio doce e meio amargo

E tentamos recarregar as pilhas da euforia

Enquanto procuramos uma notícia boa nos jornais

E uma vaga na garagem para repousar a paz

Às vezes é assim

Apertamos o botão REINICIAR

Na esperança de pularmos as fases da vida

E chegarmos ao nível mais avançado

Mas acabamos esbarrando na tecla volte três ansiedades

E aguarde a sua vez - Ainda não aprendemos a viver

Às vezes é assim

Queremos saber para onde estamos indo

E se estamos realmente indo a algum lugar

Ou se simplesmente estamos esquecidos em Nárnia

Ao meio a uma estrada duplicada na BR, perigosa e cheia de curvas.

Vivendo uma guerra interior por medo de voltar.

E é assim

O sol volta a brilhar todos os dias

E voltamos a nos perguntar

Por onde foi o trem que deixamos passar

E onde se aperta o botão que irá nos salvar

Da barca das desilusões, antes mesmo de afundar.

E voltamos ao mesmo ponto

Onde há uma parada obrigatória

Entre o coma da quase vida e a morte - pelo ponto de vista

Tão definida e objetiva - um dia irá nos levar.

Mas enquanto o jogo rola

As cartas ainda estão na mesa

E eu!

Ah, eu prefiro dormir.

É lá onde atravesso minhas barreiras invisíveis

Sem me arranhar ou me ferir

E assim ganho mais uma vida

Nesse místico tabuleiro

Que se chama viver

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 05/09/2018
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