LUZ E SOMBRA

O que escrevi sumiu,

morreu dentro do fio

da máquina desumana,

o falado escrito fugiu

pelas cercanias da insana

enxurrada desse rio

prolífico,

o texto morto,

nem pobre, nem rico...

Hoje já não (nunca guardei)

guardo

pássaros dentro de barcos

pendurados,

o que escrevo

derreto em fonemas,

a pressa matou a poesia,

nada vale tanto o que já não vale a pena...