Requiem

No mundo não há coerência.

Caminhamos para o nosso próprio percer

e fazemos isso como especialistas.

A razão é a vaidade e o orgulho

que dançam de mãos dadas na barbárie

dos grandes absurdos que construímos.

Nossos olhos choram o peso da falta

dos valores da sensibilidade,

da riqueza do sentimento,

da força da paixão...

Sofreemos carregando as cruzes

de crises humanas,

caminhando rumo ao abismo.

E temos que morrer.

Mas não da morte física

de velório e caixão.

Temos que falecer para a alienação,

adoecer para a covardia,

dar à hipocrisia o incurável

veneno da legitimidade,

fazer a ignorância bater de carro

a cento e vinte por hora,

decapitar toda a opressão em praça pública

e assim gozar da alegria

de matar quem nos vencia.

Thomas Albuquerque
Enviado por Thomas Albuquerque em 02/10/2018
Código do texto: T6465998
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