Luna Canceriana
Sou como a Lua
Cheia de fases
Mudo a cada dia ou não
Nunca sigo permanente
Ilumino as noites escuras
E ora sou a própria escuridão.
Influenciando as águas,
modificando o curso das marés
Inspirando sonhadores e amantes
Loucos e delirantes.
Para alguns, mística
Para outros, esplendorosa
Despercebida, indiferente,
apenas um pequeno detalhe,
Um borrão, resiliente.
Sou como a Lua,
preciso de uma luz para me iluminar
A mesma que transmito é a que me faz brilhar
Dias forte, outros frágil
Me faço rir, me faço chorar
Encantadora, dócil ou hostil, Recatada e sedutora,
errante, exemplar
Minha vida é feita de ciclos
Longos, curtos, instantes, inconstante
Regida e regendo emoções
Disposta, bela, ousada,
travada, ingênua, misteriosa
Solitária nas noites escuras,
embora cercada de estrelas
Pedindo silenciosamente para ser notada
Apagada, desapegada, distraída, com clareza.
Ao mesmo tempo bem menina
e também tão mulher.
É maternal, deusa, senhora,
fada, bruxa, feiticeira,
Poderosa
Da noite prisioneira, contradição, certeza
Delicada e empoderada
Amando, amada, vibrando.
Nem sempre sabe o que quer,
mas sempre sabe quem é
Não vive de regras,
mas não acredita no acaso
Segue o fluxo, age ao contrário
Olhe-a bem atento
e poderá visitar seu santuário
Inusitado, gentil, profundo,
intenso e apaixonado.