QUANTOS NEGROS?

A cor, a cor da pele, não acorda, com o que foi acordado em 13 de Maio de 1888.

Arianos, Raça superior queria Hitler, um outro povo na terra, a ele submetido.

Judeus, Pobres judeus extraídos, expulsos, presos, mortos e enterrados em valas coletivas. Pobres Judeus.

Corpos jogados, como se fossem bagaço de cana. Bagaço de cana?

Cana de canavial, outro povo,, outras vidas, muitos pretos, que gemendo, chorando e morrendo, atravessaram mares para a servidão dos Senhores de engenhos (DONOS DE VIDAS), porém sem almas.

Muitos Hitlers da historia perversa e desumana, em várias línguas que traduziam ordens, onde o castigo era a forma de forçar a obediência e/ou servidão exposta.

Carnes vivas, em corpos mortos, com câmara de gás e pelourinho.

Não importa a ordem., quando o sofrer é o mais fiel ponteiro do relógio da historia, onde o massacre é o SENHOR DO TEMPO.

Zumbi cansou de ver o povo sofrer. Sim Zumbi cansou de ver o povo sofrer.

Lucas da Feira também bradou a sua Revolta.

Revolta?

E a dos Búzios, ou alfaiates, dos Malês, da Chibata? Salve João Cândido.

E do jeito que a coisa está se desenhando, talvez não demore muito um outro levante. O levante contra o desrespeito, a carestia, o desemprego, a roubalheira, ps altos salários pra uns e a fome extensa pra outros.

Negros e brancos, estão sofrendo juntos, só estão esperando um deles gritar, para que haja um despertamento. Será?

Dá para contar? Responde historia! Dá para contar?

Não! Não dá para contar quantos negros.

De que é feita a história? De negros; Negros forçados servir a casa grande. Escravas negras doavam peitos aos filhos das Senhoras que não tinham leite.

Que ironia: Bicos de peitos pretos, sugados por bocas brancas de filhos de brancos, no colo de mães pretas.

Dança negro, canta teu canto Africano em volta da fogueira da senzala para trazer ao peito, mente e coração, todo o respeito á tua ancestralidade sagrada, e aos espíritos que move e guia vidas.

Jongo, capoeira, Feijoada, acarajé, batuque e mandinga. Sim, isso tudo é herança cultural e rica, pois é Coisa de gente preta.

Planta, colhe, seca e torra o café. Mói a cana negro. Moa. Vamos, Moa a cana, moa, moa, moa.

A cana moída, era as costas que agora forçava a garapa do sangue a pingar e desenhar no chão uma mancha de dor e sentir.

Moa os anos, os gemidos, os partos,as curras em abusos das mucambas de seios e bundas fartas. A história estourou p calendário do tempo, e tudo se fez tão rápido, não para aqueles que suportaram as dores causadas pelos maus tratos dos chicotes, dos ferros e dos grilhões.

Chegamos em 2018. 130 anos depois alguns pelourinhos ainda existem nos olhares, algumas senzalas são vistas nos altos dos morros que se distanciam das belezas mostradas em cartões postais.

Um grito, veio com o vento a zunir como se quisesse dizer, (e talvez tenha dito) Moa...moa.

Moa veio, não para pingar garapa do sangue, pois Moa, agora, é o próprio sangue de 12 orifícios de lâmina afiada e traiçoeira, ignorante, lavada por puro sentimento de ódio. Qual a cor de quem fizera de Moa, mais um grito?

Mataram um Negro? Não! Mataram mais um negro, e a casa grande agora, diz não ser culpada, uma vez que incitara a turba.

De quem será ou seria a culpa?

Da cor da pele, do ser Nordeste, dos Hitlers de ontem e hoje?

De quem seria a culpa, da pobreza, da miséria da cachaça, da cor de quantos negros?

Perfurocortantes, lâminas traiçoeiras que ceifam vidas, furos, balas, cassetetes. Quantos negros ainda tombarão nessa pátria amada chamada Brasil?

Quantos negros, Quantos negros, Quantos negros?

Cipó - BA

12/10/2018

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 08/11/2018
Reeditado em 08/11/2018
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