Tatuagens

Pele e obra abertos, telas em riscos árduos...

Exposição de mim em obra viva

que foi se fazendo em meu ser

nos dias intensamente insanos

em que senti adagas em meus passos.

E assim as marcas surgiram,cravando em minha carne

o desenho das mais controversas sensações.

Tintura de mel e fel em minha alma a ferver.

Agulhas da vida a escrever em meu eu:

amores de cinza cor, imagens de cura e dor

tatuando todo o ardor.

Me contemplo a encarar todas as tensões que vivi.

Estou cercado por caminhos que construí,

fluindo em minhas veias como forte pulsação.

E então dialogo com minhas cicatrizes,

meus versos, minhas flores, minhas mortes e ressurreições.

Tudo o que cultivei, o muito que sempre fui

me banhando em uma infinita tinta.

E ela não vai parar, vai me acompanhar,

me transformando em perfeita arte humana imperfeita.

Tatuagens não se apagam jamais,

asim como o tempo que vai, vai, vai...

e cada vez me afeta mais.

Thomas Albuquerque
Enviado por Thomas Albuquerque em 09/11/2018
Reeditado em 12/09/2020
Código do texto: T6498785
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