O Vinho e Eu na noite

Desde o álcool, que bebo o vinho,

“depuis” que senti vontade

de alcoolizar os sentimentos

e beber baco na França,

que desenho apolíneas fantasias.

Austero sentido de prisão

Foge a emoção e fica a prisão da alma.

Trago o tinto e solto as amarras,

Viajo passo a passo, dois passos a dois passos

retorno no fim da noite,

de Roma a Paris,

de Paris a Roma.

Tristeza se conserta com vinho de verdade

e desejo de apagar lembranças más,

às que trazem azia ao coração

e pranto à carne.

Vou tragar-te Baron

D’Arignac,

como se foste a estrada que preciso andar

nesta noite iluminada,

mesmo que eu esteja só, quase sem nada,

mas dentro de fartas esperanças de amor e vida.

Quem quiser ficar triste, que fique,

Preciso tragá-lo devagar

como o Noturno que ouço sem pressa

deixando que Chopin saia de minha janela

e vá as ruas levar minha alegria de graça.

Bendito Baron de A’rignac...

“depuis” que quis ser mais vivo

e ter maiores esperanças!