Fome de Solidariedade

Gostaria de ver o pão repartido sendo passado de mão em mão

Até chegar em todas as bocas e alimentar toda a população.

Queria ver o povo caminhando junto, sem classes sociais,

Sem inúmeras bandeiras e sem discriminação.

Não queria que as marquises fossem o teto da miséria,

Nem que as pontes e viadutos fossem a morada dos infelizes.

Não queria ver as drogas, os crimes e a prostituição

Sufocando o nosso dia-a-dia. Não queria ver essas crianças

Revirando o lixo, comendo restos e cheirando a cola da fantasia.

Esse individualismo, cataclismo do mundo, antecipa a sepultura:

Morada sem retorno, onde os vermes fraternalmente,

Dividem a carcaça humana e se saciam num majestoso banquete.

Os vermes sabem viver. Eles vivem da morte do homem

Que rasteja ereto sem se preocupar com a solidariedade.

A solidariedade é o alimento que prolonga a vida,

Nutre a alma do homem e o torna resistente ao encontro

Prematuro com os vermes.

A fome que mais nos mata é a fome de solidariedade,

Pois suas consequências nos levam por caminhos nefastos,

Até cairmos no abismo do esquecimento.

Para matarmos a fome que arde em nosso estômago

Temos que aprender a repartir o pão,

Assumir as responsabilidades da nossa própria existência,

E antes de mais nada, estender a mão ao próximo.

Portanto, vamos nos esquecer do banquete

E dos presentes materiais. Vamos fazer uma reflexão

E montarmos uma apetitosa ceia para alimentarmos

A nossa fome de solidariedade Aí sim. Poderemos caminhar

De cabeças erguidas e dizer: Ainda somos humanos...

Elias Pereira
Enviado por Elias Pereira em 21/11/2018
Código do texto: T6507748
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