Meu Cabelo
Eu vejo branco, eu vejo negro
Eu vejo corpo de tudo que é jeito
Eu vejo novo, eu vejo velho
Mas o que veem é o meu cabelo
Vejo problema, vejo encrenca
Vejo baixaria e discussão
Vejo intriga, vejo falta de união
Mas o meu cabelo é a atenção
Eu vejo ideias, vejo novidade
Vejo todo mundo querendo lugar de destaque
Vejo hipocrisia nesse turbilhão
Mas o que enxergam? “Olha o cabelão”
Eu vejo mortos, andando com os vivos
Eu vejo gente que não conhece ninguém
Eu vejo sempre alguém sofrendo
Mas meu penteado é o que está valendo
Eu vejo sonhos e desejos
Sendo pisoteados em nomes vãos
Eu vejo guerra e vejo desavenças
Mas o importante? Não tá no alto não
Eu vejo vidas, pessoas
Eu vejo tanta coisa que não queria não
Eu vejo falas, opinião
Que não me serve nem como pente na mão
Mas por que vejo tudo isso?
Por que é tão difícil não ser da multidão?
Por que é que sempre haverá intriga
Quando alguém foge de qualquer padrão?
Eu vejo muito, eu vejo mais
Só que eu não quero ver mais nada não
Eu só quero que vocês entendam
O meu cabelo não lhes diz respeito não
Eu vejo a coroa que quero criar
E vejo como quero deixar
Então no final das contas
Meu cabelo eu quem decido
Como ficará!