OLHO NOS OUTROS

“Olho por olho, lente por lente”

Olho fixamente pro nada

Estarrecido com tudo que vejo

A fúria dos tolos, que trituram

A esperança dos pobres

Temo que chegue a hora

Que acabe o grão

Que embolore o pão

Que não brote o broto

E que a luz esmaeça

Temo que mais nada cresça

Que a coragem acabe

E no chão rolem nossas cabeças

“Olho nos outros, mentes doentes”

Para cessar aos poucos

O que podemos sentir

“O mérito é todo seu meu caro”

Com certeza a culpa é sua

Por toda raiva e ódio exalado

Pelo odor de pânico causado aos fracos

Pela queda de nosso melhor sentimento

O amor plantado num pequeno

Vaso de barro

Quebrado por suas balas e ofensas

Tuas armas jamais irão cessar

Nossa fonte inesgotável de bem querer

Nem nosso jeito de tratar a todos

Como iguais que somos

Podem nos fazer calar por um tempo

Porém jamais soltaremos nossas mãos

Infelizmente iguais não somos mais.

Bruno Andradi
Enviado por Bruno Andradi em 16/02/2019
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