OLHO NOS OUTROS
“Olho por olho, lente por lente”
Olho fixamente pro nada
Estarrecido com tudo que vejo
A fúria dos tolos, que trituram
A esperança dos pobres
Temo que chegue a hora
Que acabe o grão
Que embolore o pão
Que não brote o broto
E que a luz esmaeça
Temo que mais nada cresça
Que a coragem acabe
E no chão rolem nossas cabeças
“Olho nos outros, mentes doentes”
Para cessar aos poucos
O que podemos sentir
“O mérito é todo seu meu caro”
Com certeza a culpa é sua
Por toda raiva e ódio exalado
Pelo odor de pânico causado aos fracos
Pela queda de nosso melhor sentimento
O amor plantado num pequeno
Vaso de barro
Quebrado por suas balas e ofensas
Tuas armas jamais irão cessar
Nossa fonte inesgotável de bem querer
Nem nosso jeito de tratar a todos
Como iguais que somos
Podem nos fazer calar por um tempo
Porém jamais soltaremos nossas mãos
Infelizmente iguais não somos mais.