AS BRUMAS DE BRUMADINHO

AS BRUMAS DE BRUMADINHO

As brumas de Avalom,

Falam de deuses...utopias;

Narram epopéias misticas,

Coisas da mitologia.

E as brumas de Brumadinho,

O que nos restam irmão?

Talves falem de minas...veios,

Escravos em fila, filão.

Nas mãos dos exploradores,

Correm o sangue de inocentes;

E a nós que não temos voz,

Nos resta sermos obedientes?

… Parece que não entendem,

Ganância maldita e insana;

Arrazaram Brumadinho,

E esqueceram Mariana.

“Que importa as poucas vidas,

Se damos o teto e o pão”;

Falam vermes diretores,

Sem moral e emoção.

As comportas não mais comportam,

O descaso soterrou tantos caminhos;

Te pergunto Mariana, até quando?

Até quando Brumadinho?

*JORGE LUIS BORGES