Apesar de tudo

Há frieza no olhar

Nas palavras

No tempero

E no cinismo ensaiado

Há desculpas da chuva

Há sede no calor

Há fome de amor

E há a dor que se encaixou

Há cobranças

Há cançasos

Há falta de quase tudo

Há morte na vida

Mas há sol entre os escudos

Há sonhos destruídos

Há gritos de liberdade

Há lágrimas

E há caminhos entre os moinhos

Há orgulho ferido

Há vaidades

Ha doses de desculpas

Há xícaras vazias e culpas

E em pleno cair dos céus

Há o frio do inverno

Um mar que ruge

E há dias de inferno

Assim segue o mundo

E apesar de tudo

Há o perfume da sua pele

Há seus sussurros no meu ouvido

Há sua barba me arranhando

E há um beijo decidido

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 12/03/2019
Reeditado em 12/03/2019
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