O sol, a orla e a poesia

O sol vem surgindo no horizonte...

Minhas pálpebras escuras são molhadas,

Lágrimas ocultam marcas da insônia.

Perco-me em lembranças de noites passadas,

Rabiscando eu choro – atitude errônea.

Abutres passeiam em passos lentos,

De vez em quando com suas asas bailam.

Tento fugir dos meus lamentos,

Os abutres têm asas – voam, não falham.

Sob meus pés a areia não é branca,

Sobre a areia meus pés não são fortes.

No meu rosto o pranto não estanca,

Onde andará a felicidade, o óbvio, a sorte?

O sol vem surgindo no horizonte...

Minhas pálpebras sombrias são iluminadas,

Raios solares revelam meu passado, meu presente.

Dúvidas e derrotas não foram evitadas,

E agora esse meu pranto é insistente.

Atletas articulam os ossos em largos passos,

Sem asas eles não conseguem voar.

Xingo meu corpo estático e membros devassos,

Os atletas com pernas elásticas podem alcançar.

Porém, a caneta entre meus dedos magros

Passeia, pula, voa e baila no papel.

De súbito uma nova poesia eu consagro;

Seja dócil, tolerante, imparcial ou cruel.

O sol já surgiu no horizonte...

Majal San
Enviado por Majal San em 03/04/2019
Código do texto: T6614704
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